1779 - Construção do Prédio do Regimento da Cavalaria

Em 1779, o general d. Antônio de Noronha, capitão-geral da Capitania das Minas Gerais mandou construir, em Cachoeira do Campo, um quartel para abrigar o Regimento Regular de Cavalaria, que acabara de ser criado e que foi o embrião da Polícia Militar de Minas Gerais.

Posteriormente, a Real Coudelaria foi objeto de um decreto régio de D João VI, em 29/07/1819. 

1808 - Criação do Regimento de Cavalaria Ligeira

No ano de 1808, pouco antes da chegada da família real portuguesa no Brasil, D. João VI criou o 1º Regimento de Cavalaria de Guardas. Posteriormente, em 1946, este Regimento, a mais tradicional unidade de cavalaria do Exército brasileiro, teve sua denominação alterada para Primeiro Regimento de Cavalaria de Guardas, os Dragões da Independência.

1819 - Carta régia - Estabelecimento de Manadas Reais

Em 29 de Julho de 1819, o Rei D João VI determinou a criação do “Estabelecimento de Manadas Reais”, em Minas Gerais, para ´guardar´ as manadas de cavalos que estavam sendo trazidas de Portugal para a colônia.

Posteriormente, outras importações de cavalos ocorreram também em 1821 (de cavalos da Áustria, pela Imperatriz D. Leopoldina) e 1825 (de cavalos ingleses, para a coudelaria de Cachoeira dos Campos).

1819 - Carta Régia - Regimento Provisório das Manadas Reais

Em 25 de outubro de 1819, uma carta régia manda executar o Regimento Provisório das Manadas Reais e dava conta das demais providências para o funcionamento da Real Fazenda.

Os textos completos do Regimento Provisório podem ser vistos nos links a seguir:

• Parte 1
• Parte 2
• Parte 3
• Parte 4

1820a - Cartas de D. Manuel de Portugal e Castro - 1

Tendo se remettido há pouco dessa Corte cinco cavallos para augmento da Real Caudellaria da Cachoeira do Campo, creada na conformidade da Carta Regia, que por V.Exª me foi dirigida em data de 29 de Julho proximo preterito, julguei hum indispensavel dever meu participar isto mesmo a V.Exª, e que em virtude do §2° do artigo primeiro das Instrucçoens, que servisse de Regimento a referida Caudellaria, e que vierão acompanhadas de outra Carta Regia tãobem por V.Exª dirigida em 26 de Outubro do anno passado eu expuz ao Estribeiro Mor os meus sentimentos sobre o destino que mais convinha dar se aos mencionados Cavallos para se evitar a grande despeza, que tinha de fazer se, quando se augmentasse o estabelecimento com os cinco Cavallos que vierão. – Declarei ao referido Estribeiro Mor que o mais acertado arbitrio seria destribuir por qualquer dos Fazendeiros de melhor conceito os ditos Cavallos com a obrigação de dar annualmente cada hum delles quatro Potros escolhidos, devendo contudo ficar lhe livre dous annos para entretanto cuidarem do arranjo precizo para suas creaçoens, e que ficasse hum dos ditos Cavallos para a Caudellaria da Cachoeira, o que era ainda bem admissivel comprando se mais vinte e cinco Egoas, numero que se julgou sufficiente, e em atenção aos Pastos da Fazenda destinada ao Estabelecimento. 

Se Sua Magestade Approvar este arbitrio, fazendo se me constar Suas Ulteriores Deliberaçoens, convocarei os Fazendeiros a quem se devam entregar os Cavallos para efectuar com elles este negocio e afinal dar se conta do rezultado, prevenindo agora a V.Exª que tractando as supracitadas Cartas Regias do Estabelecimento de cincoenta Egoas para dous Cavallos, e acrescendo agora mais alguma despeza me parece conveniente que se expecção novas Ordens, que authorizem o acrescimo. Não pareça a V.Exª ocioza esta minha requisição, na certeza de que a faço para evitar contestaçoens, que possam suscitar se, e por julga la de absoluta necessidade quando se trata de despezas que devem ser depois approvadas.

Deos Guarde a V.Exª. Villa Rica 7 de Outubro de 1820.

Il.mo Ex.mo Snr. Conde dos Arcos

D. Manoel de Portugal e Castro

1820b - Cartas de D. Manuel de Portugal e Castro - 2

Il.mo Ex.mo Snr.

Fica autorizado a decidir este negocio como melhor entender dando parte do rezultado.

 Regio Aviso que V.Exª me expedio em data de 16 de Agosto deste anno chegou me às mãos a 8 deste mez, e a tempo que eu já tinha dirigido a V.Exª o meu Officio de 7 do mesmo mez, em o qual não só participava a V.Exª o recebimento de cinco Cavallos, que El Rey Nosso Senhor Fôra Servido Mandar para augmento da Real Caudellaria da Caxoeira do Campo, como o suppuz, visto que o Officio do Estribeiro Mor, que acompanhou os ditos Cavallos não tratava de outro destino, mas tambem quanto me pareceo conveniente propôr para maior interesse da Real Fazenda, e para se levar ao fim o melhoramento das raças, conforme os desejos de Sua Magestade. Foi me infinitamente lisongeiro observar que os sentimentos d’El Rey Nosso Senhor, que V.Exª me declarou no dito Aviso fossem os mesmos, de que eu me havia lembrado, com a differença de impôr aos Fazendeiros o onus de seis Potros, em quanto pagasse o preço do Cavallo, e não quatro como eu tinha declarado. A este respeito pois devo manifestar a V.Exª que o numero de quatro Potros, de que fallei no meu dito Officio me parece bem proporcionado, e he de maior interesse para a Real Fazenda, por que o Fazendeiro que acceitar o Cavallo hade pagar os quatro Potros, em quanto existir o mesmo Cavallo em estado de padrear, mas se Sua Magestade Resolver que o onus seja somente imposto até solução do preço do Cavallo, neste caso rogo a V.Exª o favor de declarar-mo; tendo eu a acrescentar que sendo assim depende então de mais outra circunstancia, qual a de se avaliarem os Potros, para se abonar o preço no total do Cavallo até ultima solução, o que se evita com maior utilidade pela maneira que expuz. Por ultimo cumpre-me tambem pedir a V.Exª que se digne declarar-me se os Cavallos de que trata o Regio Aviso são outros alem dos que vierão, por que a serem, mandarei então d’aqui pessoa, que haja de os conduzir, como he determinado no referido Aviso.

Deos Guarde a V.Exª. Villa Rica 14 de Outubro de 1820.

Il.mo Ex.mo Snr Conde dos Arcos

D. Manoel de Portugal e Castro

1820c - Cartas de D. Manuel de Portugal e Castro - 3

S.ta Cruz, 1820 11 Out.°

Obeservasoens q. se devm p.r em pratica p.a se apurarem as rasas das Caudellarias do Brazil, tanto no Continente do Rio Grande, como em Minas, e nas mais Capitanias, dadas pelo Alveitar das R.s Cav.as de S. M. Fq. R.o G.de Alveitar do seu R.l Ex.to Fran.co Leandro Cardozo; 11 de 8br.° de 1820.

Os Persas são os 1°s mestres de Caudellarias, e estes há dez Seculos, ou onze q. sempre tem tido, e ampeliado as suas Caudellarias, até q. chegarão ao Auge da perfeissão de hum Cav.° perfeito, depois os Espanhoes há pouco mais de dois Seculos, depois os Alemaens há hum Seculo, nos em Purtugal do Sn.r Rey D. Joze de Glorioza Mimoria, mas as nosas rasas de Cav.os são bastardas p.r q. nunca mais, se alguma rasa destas izistia logo se daneficou, e ficarão rasas Ordinarias, os Francezes tem gastado grandes sommas, mas com o Theatro da Guerra perderanas; os Inglezes tem aberto os seus thezoros p.a as apurarem, mas nós com o Lucal deste vasto Paiz temperado, e diferentes Capitania com 

Atumusferas, com boas Auguas, com bons Pastos, e estes montanhozos, p.a as Criaçoens dos Poldros, com terra plenos p.a os Nascim.tos, não sei qual é a razão porq. se não tem feito, Caudellarias p.r tres formas, a 1ª Silvestre em departamentos, a 2ª convenção com os Lavradores, e a 3ª como fazem os Persas q. estas suas as Caudellarias debaixo de principios.

Eu não sei como me não tem aproveitado há 12 a.s q. S. M. está aqui, aonde se achará tão sedo outro Portugues tão Amigo de seu Amo q. o tem servido melhor do q. a D.S; em q.to eu sou vivo, não pudia ir em Sinar a Minas o Verdadeiro methodo da Caudellaria, de pois a S. Paulo, de pois ao Rio grande, e consta pelo hum Grande Actor Alemão Justino q. aonde achou milhor Rasa de Cav.os Persas em todo o Brazil, foi no gram Pará, S. M. não tem uma Fazenda em S. Cruz, não tem (segd.o me dizem)  Outra em Minas a Jaguara, e outras muitas, como se podem apurar as Caudellarias sem haver hum Veterinario Anathomico, he impossivel, sem este ter Autorid.e, e forsa p.a Este escolher as Eugoas, à porporção dos Cav.os Pays, os q. estes tem m.ta diferensa no tratam.to todo em geral, do que aquelles q. são p.a andarem de Cavallaria; Há tão bem duas qualid.es de Rasas de Cav.os p.a lançam.to, huns são p.a Carruagens, outros são p.a Cavallaria, isto he nesesario conhecer Anathomia, Rasa de Cav.os, Rasa de Eugoas, Pastos, e Ares, he nesesario Observar o lançam.to do 1° a.o saber Emendar, he nesesario saber conhecer as Mulestias q. vem em tenrra id.e q. vem aos Potros, se he cauzada, pela Eugoa, ou pelo Cav.o Pay, ou pelo Sitio aonde nasem, tudo isto eu sei, mas como puderei mustrar vendo-me tão desgraçado, tão desprezado, e intitulado p.r tolo; Olhando eu p.a mim e vendo q. em mim não há vicio algum de q. se posa acumular, dizem p.r q. eu devo varias dividas, Sinal de ser Criado Honrrado q. serve há mais de trinta e sinco a.s, e tenho Portaria de Alveitar desde o ultimo a.o do Reinado do S.r D. Joze, eu lembro-me q. pudia ainda ser m.to util em a fazenda de S.ta Cruz, q.do me não quizerem aproveitar nas outras Capitanias, porq. em S.Cruz ficava governando as Caudellarias, curava lá mesmo os Cav.os de Lisboa q. não há já hum são, Curava os Cavallos de Picaria, as Eugoas, curava os Viados, o gado Vacum, e isto somente com o Ordenado da Caza Rial aquelle q. S.M. quizer darme, Rasão p.a mim e minha familia, e caza p.a Habitação, nem mais Quenomico, nem com todos estes perdicados não se acha outro, pois tudo q.to digo faso; Os Cav.os da Caza R.l sejão os de Lisboa, ou picaria, nunca já mais se puderão Curar, se não em a fazenda de S. Cruz, e em huma Cavelharice q. eu arranjar, o modo, e a vista, e o q. eu digo puros em pratica, e q.do estiverem os Cav.os da Caza R.l duentes vão p.a lá dahi a hum m.s estão Sãos, e aqui nunca, preenchem lugares, e nunca estão Sãos, Morrem, e perdese o d.ro q. custarão, e o seu Valor.

As Rasas de Minas, acabarão-se, as do Rio Grande não as há, porq. são Silvestres, mas erão nesesario q. q.do as quizesem fazer Silvestres fosem de baixo de principios, mas desculpo p.r q. não sabem, as Rsas de Lisboa já estão m.to damneficadas, pois há 30 a.s aparecião Cavallos q. eu vi no Picadeiro do Ex.mo S.r Marquez de Marialva Avou como não vejo agora.

Eu lembro como Criado Amigo de S.M., q.m perde, e tem perdido he meu Amo, e a Nação sempre está mal servida, e D.s nos livre q. seja precizo p.r se em Campo 1 Ex.to de Cavallaria, p.r q. não os há, e os q. há são como já dise.

Eu não sei como os Lavradores deste Paiz não fazem Calculo sobre os grandes intereses q. tirarião de fazerem nas suas fazendas hum Establecim.to de Caudellaria, e tirarião mais nas Vendas dos bons Cav.os, do q. tirão em Asucar, e Aguad.te, mas desculpo-os p.r q. ignorão, e não conhesem.

Deos Guarde a V.Ex.a. Villa Rica 14 de Outubro de 1820.

Il.mo Ex.mo Snr Conde dos Arcos

                                                           D. Manoel de Portugal e Castro

1856 - Coudelaria Imperial

Em 1856, o Imperador Dom Pedro II instalou a Coudelaria Imperial nas terras da Fazenda Imperial de Santa Cruz, que viria a ser, mais tarde, parte do complexo imperial da Quinta da Boa Vista. 

1911 - Centro Hípico do Rio

Com a proclamação da república, as antigas cavalariças imperiais, em São Cristóvão, que faziam parte da Quinta da Boa Vista, se transformaram no Club Sportivo de Equitação em 1911. Em 1938, mudou-se para a Lagoa já como Sociedade Hípica Brasileira. 

2010 - BIÓLOGA AR

Após quase 200 anos, a linhagem Alter Real desembarca novamente no Brasil com a importação da égua Bióloga AR, pela Coudelaria Verde Prado.